
Falar em perdas, é falar em solidão, tristeza, desesperança, medo. Quando digo perdas, nao estou me referindo só, aos que morrem, mas a todos que, de alguma forma, nos deixam prematuramente, antes que estejamos preparados.
Um amigo que se muda pra longe, um namoro interrompido brutamente e até mesmo um ente querido que se vai; sempre provocando em nós um vazio. E por que isso? Por que sofremos tanto, mesmo sabendo que essas perdas e partidas inesperadas são inerentes a vida e que nao podemos controlá-las?
Não saberia responder com precisão a pergunta acima, mas, o que me parece mais coerente, é que nunca estaremos prontos para acostumarmos com a falta de quem amamos. Por mais que saibamos que a qualquer instante eles nao faltarão, sempre temos a predisposição em acreditarmos que quem nos ama, nunca nos trairia, nos privando de seu afeto, carinho e amor.
Engano. São justamente aqueles que amamos que mais nos machucam com suas partidas inesperadas. Vão sem aviso nos levam a alegria, a fé na vida, o equilibrio.
O que fazer, não amar? Não nos permitir gostar de alguem, pelo simples fato de que seremos, mais cedo ou mais tarde, deixados para trás na vida, entregues às nossas angustias e romorsos por nao termos dito tudo ou feito o suficiente para eles?
Acredito que não. Se há algo na vida que mais nos traz felicidade é sabermos que somos queridos e nao seria hoensto nos privarmos de tal sentimento por covardia.
Um amor de pai e mãe, o carinho de um amigo ou o afeto de uma relação a dois deve sempre se sobrepujar ao medo da perda. Por que ela é inevitável; o sentimento não, devendo ser exercitado todos os dias de nossa breve vida.
Ele é o que nos move, nos dá o chão para que possamos caminhar pela vida com a certeza de que, haja o que houver, teremos sempre alguem com quem contar, que nos apoiará mesmo nos momentos que nao tenhamos razão.
Esta, meus amigos, deve ser a maior lição deixada pelos que partem sem nos avisar; lembrar-nos que devemos sempre curtir aqueles que amamos com a intensidade proporcional a brevidade de uma vida.
Por que, quando nos faltarem, saberemos que amamos e fomos amados, que demos e recebemos todo carinho esperado, que construimos um sentimento que nenhuma perda apagará. Este sentimento vai além de tempo e espaço, limitando o contado fisico.
Torna-se parte de nós, impregnado em nossa alma, nos confortanto nos dias dificeis, sendo cumplices de nossas vidas pessoais, norteando nossa conduta, nos fazendo sentir eternamente amados.
Que me perdoem os fisicos, mas nesse caso, acredito sim que, dois corpos podem ocupar o lugar no mesmo espaço. Basta que permitamos sentir a presença dos que amamos dentro de nós, como se fossem parte da nossa alma. Só assim seremos inteiros.
' Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós.' (Amado N.)
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