Não vale a pena amar sozinho. Ou vale! Desde que você seja do tipo que curte um amor platônico, daqueles de sonhar e só sonhar, de entregar-se inteiramente a um sentimento intenso, envolvente, mas individual; desde que você não espere muito deste sentimento, que se realize só em senti-lo, sem se preocupar em concretizá-lo. Talvez não seja amar. Não me apresso em tratar tudo como masoquismo. Amar é uma experiência tão intensa e abrangente, envolvente mesmo, que muitas vezes a carne, o contato físico, por mais importante que seja, não consegue expressá-la ou exteriorizá-la. Muitas vezes, para quem ama, basta apenas saber que ama, que o objeto de seu amor é feliz. Muitas vezes basta apenas saber que se pode, que se tem a capacidade de amar, para fazer uma pessoa feliz. Além disso, o contato físico é efêmero e ele por si só não garante a durabilidade de um sentimento que vai além do físico. O amor é construído no vazio de corações esperançosos, no vento de que são feitas todas as existências; você não pode pegar ou tocar o vento, pode? Mas ele está ali, existe, você sente. O amor também é assim.
O amor vivi de incertezas. Quem perderia tempo tentando impor regras ou descobrindo racionalidade em algo tão irracional?
Não pense que sou a favor do amor platônico, apenas o compreendo